TRANSPORTE COLETIVO - Proposta de acordo pode evitar greve por tempo indeterminado em Florianópolis

10 de junho de 2014

Trabalhadores do transporte coletivo da Grande Florianópolis participam de uma assembleia na noite desta terça-feira (10) para decidir se aceitam a proposta formulada em conjunto por TRT-SC, MPT-SC, sindicatos patronais e Sintraturb, o que pode levar à suspensão da greve marcada para iniciar nesta quarta-feira (11).

A negociação contou com a mediação do desembargador do TRT-SC Jorge Volpato e do procurador do trabalho Alexandre da Fontoura Freitas, do MPT-SC, em audiência com quase quatro horas de duração ocorrida nesta terça (10).

Na audiência ficou acertado que, salvo por motivo disciplinar, as empresas garantem a manutenção dos empregos até o dia 18 de junho, data do julgamento do dissídio coletivo. Além disso, desistem do recurso que contesta decisão do TRT-SC determinando o pagamento dos três dias de paralisação relativos à greve do ano passado. Também ficou acordado que será feito um ajuste na forma de pagamento dos dirigentes sindicais licenciados, a cargo do Sintraturb. Os três itens negociados só valem se o Sintraturb se comprometer a não fazer paralisações até o julgamento do dissídio.

Nesta quarta-feira (11), por solicitação do TRT-SC, os sindicatos irão se reunir na sede do Setpesc para buscar o fim do litígio, o que evitaria o julgamento do dissídio coletivo. “O Tribunal não quer interferir nesta decisão. O acordo é sempre a melhor solução para as partes”, incentivou o desembargador Jorge Luiz Volpato, relator do processo.

Cobradores
A principal questão em discussão neste movimento paredista é quanto ao edital de concorrência pública 607/2013, do Município de Florianópolis, que prevê uma redução de 350 postos no quadro de cobradores.

Atendendo ao pedido liminar formulado pelo MPT-SC, no dissídio coletivo, o desembargador Volpato determinou que os sindicatos patronais se abstenham de implantar qualquer instrumento de controle eletrônico de fluxo de passageiros que implique em modificação nas relações de trabalho.

No entendimento do magistrado, deve ser observada a cláusula 57 do dissídio coletivo de 2013, por se tratar de norma anterior ao edital do Município. Conforme a redação dessa cláusula, o sindicato profissional deve participar das discussões que envolvam a extinção de postos de trabalho.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social - TRT-SC

Os riscos do futebol

10 de junho de 2014

Esporte mais tradicional do Brasil, o futebol desperta o interesse dos jovens há décadas. Com o passar do tempo, o profissionalismo da atividade cresceu aqui e em outros países. Porém, no Brasil, os problemas de saúde relacionados ao trabalho pouco mudaram.

“A abertura do mercado brasileiro para o exterior, a partir dos anos 1980, possibilitou a melhora geral dos clubes nacionais, que tentaram acompanhar a infraestrutura europeia. Antes, os atletas estavam sujeitos a doenças como a hepatite C, além do tratamento inadequado das lesões sofridas durante os jogos”, explica Wilson Piazza, presidente da Federação das Associações dos Atletas Profissionais (FAAP).

Entre os jogadores já aposentados, Piazza explica que muitos estão doentes e possuem sequelas físicas causadas pelos tratamentos e diagnósticos inadequados. “Além das reclamações sobre dores, os raios-x muitas vezes eram o único recurso disponível. Também era comum abrir o local para verificar se havia lesão ou não, o que gerava muitas cicatrizes desnecessárias”.

Mesmo que a concorrência tenha possibilitado a melhora das condições de trabalho nos clubes, Wilson observa que esse quadro ainda é presente em muitos locais pelo país. “Há cerca de 700 clubes ditos profissionais no Brasil, mas somente cerca de 20% deles o são. Muitos requisitos para uma infraestrutura que possibilite a recuperação adequada não são seguidos. É preciso o mínimo de fiscalização e exigência legal correspondente a realidade dessas empresas”, ressalta.

A cura para as doenças e lesões depende, entre outros fatores, da atenção médica adequada, o que não ocorria há alguns anos. Segundo Dr. Tiago Giacomini, médico especializado em exercício e esporte, aspectos como a resposta aos tratamentos e o diagnóstico feito logo após a enfermidade contribuem para o sucesso do tratamento.

“A adequação dos calendários de competições, o uso de equipamentos protetores quando indicados, além de uma estrutura adequada ao ambiente de trabalho são algumas medidas para evitar problemas físicos e outros problemas de saúde aos atletas”, observa.

Aposentadoria

Assim como outras categorias, os atletas profissionais também têm direitos previdenciários quando comprovam o vínculo empregatício com alguma associação desportiva do Sistema Desportivo Nacional. A Carteira de Trabalho e Previdência Social do Atleta Profissional devidamente preenchida com os dados do esportista, os contratos de trabalho e a certidão emitida pela Federação Estadual ou pela Conferência Brasileira do esporte praticado são os documentos comprobatórios da classe. Mais informações, no sitedo Ministério da Previdência Social.

Fonte: ANAMT

Oportunidades e riscos na Copa

05 de junho de 2014

A Diretora do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo, disse que a realização da Copa do Mundo no Brasil gera oportunidades para muitos setores, como os de turismo e hospitalidade. No entanto, chamou a atenção para os riscos de um evento do porte da Copa, como a precarização do trabalho, as jornadas de trabalho excessivas, o trabalho infantil e a exploração sexual de crianças e adolescentes.

"Precisamos fazer um esforço para eliminar os riscos e ampliar as oportunidades. Precisamos colocar o respeito aos direitos humanos e ao trabalho decente no centro da Copa do Mundo", afirmou Laís Abramo na abertura do Seminário Turismo e Hospitalidade, realizado nesta terça-feira (3/6) para discutir o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Copa do Mundo 2014 com empresários e representantes de trabalhadores e promovido pela Secretaria Geral da Presidência da República.

Segundo a Diretora da OIT, o compromisso pelo aperfeiçoamento das condições de trabalho na Copa do Mundo (coordenado pela Secretaria-Geral e pelo Ministério do Trabalho e Emprego) e o compromisso pelo trabalho decente (coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego) "são a expressão de um processo muito importante de diálogo social" que está acontecendo no Brasil. "Não conhecemos acordos como esses, inéditos em eventos da Copa. Essa experiência servirá de referência para outras edições da Copa do Mundo e das Olimpíadas, e a OIT vai ajudar a divulgar essa experiência no plano internacional", disse Laís Abramo.

O Secretário Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, destacou a potencialidade do setor para alavancar o PIB brasileiro, mas ressaltou que esse crescimento deve ser acompanhado de condições de trabalho adequadas. "A questão do trabalho decente é fundamental para que se dê um salto de qualidade no setor", declarou.

Carvalho também defendeu os investimentos que vêm sendo realizados pelo governo federal para a Copa do Mundo e afirmou: "os gastos com a Copa representam um mês do que gastamos com educação, e todas as obras que estão sendo construídas ficarão para os brasileiros. Além disso, a ampliação da nossa capacidade de trabalho é um legado para o país".

Os representantes do Ministério do Trabalho e Emprego, Manoel Messias e Paulo Sérgio de Almeida, falaram sobre a importância de se alterar a realidade do trabalho pela mediação e pelo diálogo, com o objetivo de tornar os direitos do trabalhador reconhecidos por todos. "O trabalho decente será um dos legados da Copa do Mundo. Temos planos específicos de inspeção do trabalho em cada uma das cidades-sede, e o Compromisso Nacional pelo Emprego e Trabalho Decente vai nos ajudar a assegurar os direitos dos trabalhadores", declarou Paulo Sérgio.

Durante o encontro, que foi realizado no Auditório do Anexo I do Palácio do Planalto, também foram apresentadas as campanhas pelo trabalho decente (do Ministério do Trabalho e Emprego) e pelo enfrentamento da violência contra a criança e o adolescente (da Secretaria de Direitos Humanos). Participaram do seminário representantes do governo, de empregadores e de trabalhadores indicados para o Comitê Nacional e Comitês Locais de Acompanhamento do Compromisso Nacional.

Fonte: Revista Proteção