10 de junho de 2014

Esporte mais tradicional do Brasil, o futebol desperta o interesse dos jovens há décadas. Com o passar do tempo, o profissionalismo da atividade cresceu aqui e em outros países. Porém, no Brasil, os problemas de saúde relacionados ao trabalho pouco mudaram.

“A abertura do mercado brasileiro para o exterior, a partir dos anos 1980, possibilitou a melhora geral dos clubes nacionais, que tentaram acompanhar a infraestrutura europeia. Antes, os atletas estavam sujeitos a doenças como a hepatite C, além do tratamento inadequado das lesões sofridas durante os jogos”, explica Wilson Piazza, presidente da Federação das Associações dos Atletas Profissionais (FAAP).

Entre os jogadores já aposentados, Piazza explica que muitos estão doentes e possuem sequelas físicas causadas pelos tratamentos e diagnósticos inadequados. “Além das reclamações sobre dores, os raios-x muitas vezes eram o único recurso disponível. Também era comum abrir o local para verificar se havia lesão ou não, o que gerava muitas cicatrizes desnecessárias”.

Mesmo que a concorrência tenha possibilitado a melhora das condições de trabalho nos clubes, Wilson observa que esse quadro ainda é presente em muitos locais pelo país. “Há cerca de 700 clubes ditos profissionais no Brasil, mas somente cerca de 20% deles o são. Muitos requisitos para uma infraestrutura que possibilite a recuperação adequada não são seguidos. É preciso o mínimo de fiscalização e exigência legal correspondente a realidade dessas empresas”, ressalta.

A cura para as doenças e lesões depende, entre outros fatores, da atenção médica adequada, o que não ocorria há alguns anos. Segundo Dr. Tiago Giacomini, médico especializado em exercício e esporte, aspectos como a resposta aos tratamentos e o diagnóstico feito logo após a enfermidade contribuem para o sucesso do tratamento.

“A adequação dos calendários de competições, o uso de equipamentos protetores quando indicados, além de uma estrutura adequada ao ambiente de trabalho são algumas medidas para evitar problemas físicos e outros problemas de saúde aos atletas”, observa.

Aposentadoria

Assim como outras categorias, os atletas profissionais também têm direitos previdenciários quando comprovam o vínculo empregatício com alguma associação desportiva do Sistema Desportivo Nacional. A Carteira de Trabalho e Previdência Social do Atleta Profissional devidamente preenchida com os dados do esportista, os contratos de trabalho e a certidão emitida pela Federação Estadual ou pela Conferência Brasileira do esporte praticado são os documentos comprobatórios da classe. Mais informações, no sitedo Ministério da Previdência Social.

Fonte: ANAMT